Ansiedade: Cuidado com promessas milagrosas da internet
O termo ansiedade tem grande popularidade, e por vezes é utilizado de forma generalista ou imprecisa, não sendo incomum que pessoas sem a formação adequada realizem o “diagnóstico” de ansiedade, classificando tal vivência como algo que se deve evitar a qualquer custo.
Essa ideia é reforçada de forma descontextualizada e muitas vezes preocupante na internet, já que muitos dos conteúdos disponíveis, não tem embasamento científico, critérios técnicos, compromisso ético, sendo infelizmente muito comum, recortes de informações, de técnicas, misturados com frases de impacto, que apresentam ao público um mosaico de desinformação, capaz de prejudicar as pessoas e afastá-las do correto entendimento sobre tais vivências, e em caso específicos colocando as pessoas em risco.
Também está cada vez mais recorrente, ouvir relatos entre os profissionais de saúde, afirmando que muitos pacientes já realizaram uma pesquisas na internet sobre suas doenças, transtornos e dificuldades. Isso não seria uma problema, se as informações obtidas estivessem corretas, o ponto preocupante, é que muitas vezes as informações estão erradas ou insuficientes, dificultando o engajamento do paciente no tratamento.
Ouvimos muitas “fakenews” sobre diversas noticias, até já estamos mais alertas e calejados sobre essa temática, o preocupante é que muitas pessoas não se atentam que o mesmo ocorre quando pesquisamos sobre depressão, ansiedade, transtorno bipolar, esquizofrenia, borderline, TOC, transtorno de pânico, TDHA, etc…
A internet proporciona acesso a informação de forma quase que instantânea, é só pesquisar o que queremos para receber inúmeras respostas. Para muitos o melhor critério para verificar se uma informação é boa e confiável, é olhar o número de visualizações que aquele material recebeu. Não é verdade?
O ponto a se considerar, é que muitos destes materiais são pensados para viralizar, para atrair a atenção da grande massa, para entreter e ocasionalmente para informar de forma responsável. Olha como a internet é incrível e ambígua, estamos usando a internet através desta publicação, para alertar sobre os riscos que alguns matérias podem representar. Então como separar o joio do trigo?
Infelizmente, alguns materiais são tão nocivos que acabam contribuindo com a interrupção do tratamento de forma prematura, ainda no período de remissão, onde o paciente pode não apresentar qualquer evidência do problema, mas o risco da doença retornar é bastante real. Informações desencontradas podem influenciar por exemplo, a decisão do paciente em parar com o uso da medicação, sem respeitar as orientações médicas, e sem realizar o processo de desmame necessário para minimizar os efeitos da descontinuação de determinados medicamentos. Representando um grande risco para saúde e bem estar da pessoa.
Em uma pesquisa rápida na internet, podemos identificar inúmeras publicações que sugerem aos internautas, que existem materiais que contêm uma solução definitiva e rápida para o controle ou eliminação da “ansiedade”, dando a entender que todo e qualquer quadro ou transtorno de ansiedade pode ser resolvido com os seguintes passos.
Imagine o seguinte cenário1, uma pessoas sofrendo de ansiedade durante um longo tempo, entra na internet e encontra um material afirmando que ele a solução para o seu problema, a “bala de prata” capaz de eliminar a ansiedade da sua vida. É natural que isso ganhe sua atenção, está tudo tão bem escrito, com uma ótima imagens, trás depoimentos, muitas visualizações e compartilhamento.
O que não faz não faz o menor sentido nestas propostas magicas, é o fato de que ansiedade é uma emoção humana normal, que todos as experimentam em algum momento. Ela é necessária em algumas situações e teve um papel importante em nossa evolução como espécie. Não dá para eliminar algo natural e importante.
Agora imagine o cenário2, uma pessoas sofrendo de ansiedade durante um longo tempo, entra na internet e encontra um material explicando que para tratar um transtorno de ansiedade é necessário aprender a lidar com suas emoções, para isso é importante o autoconhecimento, e isso requer trabalho, autorresponsabilidade, comprometimento e leva um certo tempo.
Seja sincero(a), qual destes cenários é mais atrativo e sedutor?
Muitas vezes é difícil e sofrido praticar a autorresponsabilidade, compreender que você não é o que te aconteceu, você é o que escolheu fazer com isso. Pode parecer para muitas que exercitar e ser responsável pelo seu de poder da escolha é algo difícil, trabalhoso e não resolve. Parece menos sofrido e mais obvio ficar preso(a) na ideia de responsabilizar A, B ou C.
Escolher não praticar a autorresponsabilidade, além de não resolver o problema, não te permite evoluir. Veja bem, não estamos falando aqui de conformismo ou apatia, isso também não muda e piora a situação com o tempo. Mesmo que o passado deixe marcas, seja grato pelas coisas boas e as lições aprendidas durante as situações ruins e difíceis, pois toda situação trás com sigo oportunidades e lições, mesmo que você ainda não saiba identifica-las.
Evite acreditar em promessas milagrosas, soluções magicas e instantâneas, elas além de não funcionarem, podem piorar e muito seu sofrimento.
Se estiver passando por dificuldades ou se quiser se conhecer melhor, pense na possibilidade de procurar ajuda profissional. Um psicólogo clinico pode ajudá-lo a entender suas emoções e habilidades de enfrentamento saudáveis. Com ajuda, você pode aprender a lidar com suas emoções e viver uma vida plena e feliz.
Se preferir, agende aqui sua sessão online com um psicólogo clínico da VivaPsi.